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Medidores de Potência X Monitores Cardíaco: Qual é melhor?

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Medidores de potência são unânimes e os preferidos dos ciclistas profissionais. Ao monitorar a potência das pedaladas, ciclistas e treinadores podem analisar, não só o que estão fazendo em tempo real, mas registrar cargas de treinamentos e seus intervalos isoladamente. Será que isso indica que treinar com monitor de frequência cardíaca já é uma técnica ultrapassada? Especialistas e fisiologistas do World Tour respondem.

Um medidor de potência pode melhorar a pedalada?

Usado corretamente, na maioria dos casos, sim.
Eles podem eliminar dúvidas e ajudam formar um treinamento mais específico e a monitor e acompanhar o desempenho do atleta ao londo do tempo. Medidores de potência são ferramentas, não algo mágico.

Para muitos, comprar e começar a usar um medidor de potência é a porta que o fará pedalar mais rápido.

“No final do dia de treinamento, a única forma de alcançar melhorias foi pelo trabalho duro do ciclista”, diz Elliot Lipski, fisiologista e treinador de ciclismo.

Medidores de potência são essenciais para o sucesso?

Depende para quem essa pergunta é feita. Entre os ciclistas de elite, aqueles que não utilizam medidores de potência são poucos. Mas eles têm acesso aos modelos mais caros e sofisticados por meio das equipes e patrocinadores. Estes poucos ciclistas ainda usam a experiência em treinamentos para analisarem sua perfomance.

Mas e os ciclistas amadores, precisam de um medidor de potência? Se você é um ciclista competitivo, sim. No treinamento os medidores de potência podem beneficiar a todos, mas não deve ser levado tão a sério durante uma prova, pois há momentos em que ataques são efetuados por outros ciclistas e é preciso buscar e neutralizá-los, mesmo que o medidor de potência te mostre um “não faça isso agora” na tela.

Para o técnico Bem Wilson, medidores de energia são uma ferramenta valiosa, mas não essencial. “É fácil sentir desejo por novas tecnologias, mas para vários clientes meus o ciclismo é apenas um hobby, e como tal, deve ser algo divertido. Não há nenhum substituto para o prazer de pegar a bicicleta e simplesmente pedalar em uma estrada”, diz Wilson.

Tenho um monitor cardíaco. Ele pode me ajudar?

Há uma crença que prega que o treinamento baseado em monitor cardíaco é antiquado ou “old school”, e o treinamento de força (com medidores de potência) é “nova escola”. Lipski, por exemplo, diz que aqueles que utilizam a frequência cardíaca em vez dos números sobre potência, utilizam uma mentalidade de treinamento mais antiga.

A frequência cardíaca é influenciada por outros fatores, como: hidratação, stress e falta de sono. algumas vezes é melhor utilizar a técnica da Percepção de Esforço do que um monitor cardíaco.

Já o Dr. Iñigo San Millán, professor de fisiologia do exercício na Universidade de Medicina de Colorado, após testar os ciclsitas da equipe Cannondale-Garmin durante seis anos, diz que os dados da frequência cardíaca de um atleta podem complementar os dados dos medidores de potência. San Millán completa: “Os medidores de potências são ótimas ferramentas, mas há pessoas que estão indo ao extremo quando dizem que os monitores cardíacos são antiquados. Não é bem assim, pois esportes como atletismo e remo ainda utilizam muito os monitores cardíacos. Com monitores de frequência cardíaca você está realmente utlizando parâmetros fisiológicos. E os Watts mostrados no medidor de potência são eventos fisiológicos e metabólicos do corpo.”

Um monitor cardíaco pode ser tão valioso quanto um medidor de potência?

Quando é preciso escolher entre um monitor cardíaco e um medidor para treinar seus clientes, Lipski e Wilson optam pelo medidor de potência. Lipski faz essa escolha por causa da capacidade de direcionar o treinamento mais precisamente no sistema de zonas de energia. Já Wilson, porquê os treinamentos podem ser rastreados por softwares como o TrainingPeaks.

San Millán sempre diz: “Watts não são Watts”, e sua visão remonta a uma tendência que ele vem notando em ciclistas que utilizam medidores de potência: o overtraining.

Vamos dizer que seu treinador lhe diz para treinar em uma zona 2 e perto de 250W para quatro horas. Assim, eles já assumiram que sua resposta metabólica vai ser a mesma durante todo o período de quatro horas. – Diz San Millán.

Overtraining ainda é possível quando se uma monitor de frequência cardíaca e medidor de potência juntos?

A resposta é Não. Mas, segundo San Millán, os dados de energia são uma equação complexa. Ainda mais quando combinados com os dados do coração, e um perito deve analisar todos os dados juntos. Quando combinados, os dados podem indiciar início de overtraining, mas uma boa relação entre atleta e treinador também é importante. O feedback do atleta ajuda muito o treinador a sempre reavaliar os dados.

Existe alguma ferramenta que um dia poderá fazer os medidores de potência se tornarem ultrapassados?

Segundo San Millán, o objetivo final seria treinar com um medidor de lactato. O lactato é um subproduto da utilização da glicose nas células musculares durante o exercício, e a sua acumulação no sangue aumenta com a intensidade do exercício. Íons de oxigênio, que se acumulam junto com o lactato, pode interferir na contração muscular e inibir o desempenho.

Estudos feitos por San Millán indicam que os níveis de lactato aumetam juntamente com a frequência cardíaca. Então conseguir medir o lactato seria uma imagem clara do nível metabólico do corpo.

Se eu escolher treinar apenas com um monitor de frequência cardíaca, eu vou ficar para trás?

O uso de monitores cardíacos ainda tem o seu lugar. Mesmo no World Tour, equipes os utilizam como parte de sua formação física.

Não há como negar que um medidor de potência, usado juntamente com monitor cardíaco, formam a melhor maneira de treinar para a maioria dos ciclistas. Juntos lhe permite criar um diário de treino, rastrear melhorias e fadigas. Mas esta informação só é útil nas mãos certas.

via bikeradar.com
tradução Fabio S.

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